terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Inquietações...DESABAFO

"Para o professor, na atualidade, o tempo de sala de aula deixa de ser aquele tempo de cumprir com as obrigações, de realizar atividades que se destinam a preencher a carga horária?

Sim ou não: por quê?"
Questão que por dias me deixou indagada até que viesse uma resposta.
Resposta essa que descrevo aqui:
Primeiramente digo que sim, na maioria das vezes nos doamos “cem por cento” em sala, buscando sempre novidades, novos métodos, para que nossos alunos se interessem, sintam-se estimulados, tornando-se pessoas criticas, com opiniões, e com suas vontades.
Particularmente,eu enquanto professora da educação infantil, sinto-me muitas vezes, mais do que uma mediadora de aprendizagens, muitas vezes aprendo mais com eles do que eles comigo, cada um traz a sua bagagem de experiências e vivências, somando na rotina diária da turma, um exemplo concreto, e que tenho muito orgulho de citar, é que não me limito somente em conteúdos específicos ou ideias pré-planejadas, meus alunos trazem para sala inquietações, curiosidades e dúvidas, que por muitas vezes tornam-se o tema trabalhado em aula.
Penso que não devemos ficar atados a um sistema que não pensa no verdadeiro desenvolvimento e aprendizagem de nossos alunos, principalmente na educação infantil que eles passam mais tempo na escola conosco, do que com os responsáveis, claro que temos que ter rotina, horário para determinadas atividades, da higiene, do sono, até mesmo para terem uma  vida saudável, mas assim como foi citado no texto, para a educação atual, até mesmo o recreio ou a hora do pátio é um desperdício, algo sem necessidade.
No ano passado trabalhei com turmas de quinto ano do Ensino Fundamental, com matemática e ciências, e por este lado respondo também a questão acima que não, professores de E.F. são cobrados, sobrecarregados, para cumprir horário, entregar notas, fazer cadernos de chamada, inúmeras trocas de períodos, planejamento em um curto espaço de tempo, como se fossemos verdadeiros robôs, que faz tudo no automático, sem parar para interagir, socializar, assimilar e organizar o tempo de maneira significativa para alcançar a excelência na nossa prática e pedagógica, e como seres humanos.
O que mais eu sentia falta era da integração entre os professores, de um momento para troca de experiências e de opiniões. 
E o que me deixava mais aflita eram os conselhos de classe, onde nos reuníamos com as demais professoras da turma, e eu sempre queria conversar sobre o aluno, como ele estava com as outras, e elas, incluindo a supervisora, queriam fazer tudo correndo para acabar, a frase que eu mais ouvia era:” não dá tanta ênfase para fulano, se ele não aprendeu até agora é porque não quis, o tempo dele já passou”, no começo eu ia para casa chorando, me sentindo impotente no meio de tudo aquilo, então comecei a fazer por mim, se elas não tinham interesse em realmente ajudar os alunos eu tinha, assim como elas diziam que eu era novinha tinha mesmo que “me puxar” elas já haviam feito demais.
Eu criava aulas super diferentes, novos métodos para que eles conseguissem entender os conteúdos, criei oficinas com jogos no turno inverso,não ficava presa a períodos, desenvolvia a aula conforme o entendimento deles e jamais deixei um aluno sem recreio,“ de castigo”, pois assim como nós professores, eles também precisam de um momento para socializar, e espairecer a cabeça, nesses momentos eles também aprendem.
A NOSSA EDUCAÇÃO JÁ EVOLUIU BASTANTE, PORÉM, HÁ AINDA MUITO QUE SER MELHORADA, MELHOR ELABORAÇÃO, PLANEJAMENTO E ACIMA DE TUDO ADAPTAÇÃO Á VERDADEIRA REALIDADE DE CADA INSTITUIÇÃO.


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