"Para o professor, na
atualidade, o tempo de sala de aula deixa de ser aquele tempo de cumprir com as
obrigações, de realizar atividades que se destinam a preencher a carga horária?
Sim ou não: por quê?"
Questão que por dias me deixou indagada até que viesse uma resposta.
Resposta essa que descrevo aqui:
Primeiramente digo que sim, na maioria das
vezes nos doamos “cem por cento” em sala, buscando sempre novidades, novos
métodos, para que nossos alunos se interessem, sintam-se estimulados,
tornando-se pessoas criticas, com opiniões, e com suas vontades.
Particularmente,eu enquanto professora da
educação infantil, sinto-me muitas vezes, mais do que uma mediadora de
aprendizagens, muitas vezes aprendo mais com eles do que eles comigo, cada um
traz a sua bagagem de experiências e vivências, somando na rotina diária da
turma, um exemplo concreto, e que tenho muito orgulho de citar, é que não me
limito somente em conteúdos específicos ou ideias pré-planejadas, meus alunos
trazem para sala inquietações, curiosidades e dúvidas, que por muitas vezes
tornam-se o tema trabalhado em aula.
Penso que não devemos ficar atados a um
sistema que não pensa no verdadeiro desenvolvimento e aprendizagem de nossos
alunos, principalmente na educação infantil que eles passam mais tempo na
escola conosco, do que com os responsáveis, claro que temos que ter rotina,
horário para determinadas atividades, da higiene, do sono, até mesmo para terem
uma vida saudável, mas assim como foi
citado no texto, para a educação atual, até mesmo o recreio ou a hora do pátio
é um desperdício, algo sem necessidade.
No ano passado trabalhei com turmas de quinto
ano do Ensino Fundamental, com matemática e ciências, e por este lado respondo
também a questão acima que não,
professores de E.F. são cobrados, sobrecarregados, para cumprir horário,
entregar notas, fazer cadernos de chamada, inúmeras trocas de períodos,
planejamento em um curto espaço de tempo, como se fossemos verdadeiros robôs,
que faz tudo no automático, sem parar para interagir, socializar, assimilar e
organizar o tempo de maneira significativa para alcançar a excelência na nossa
prática e pedagógica, e como seres humanos.
O que mais eu sentia falta era da integração
entre os professores, de um momento para troca de experiências e de opiniões.
E
o que me deixava mais aflita eram os conselhos de classe, onde nos reuníamos
com as demais professoras da turma, e eu sempre queria conversar sobre o aluno,
como ele estava com as outras, e elas, incluindo a supervisora, queriam fazer
tudo correndo para acabar, a frase que eu mais ouvia era:” não dá tanta ênfase
para fulano, se ele não aprendeu até agora é porque não quis, o tempo dele já
passou”, no começo eu ia para casa chorando, me sentindo impotente no meio de
tudo aquilo, então comecei a fazer por mim, se elas não tinham interesse em
realmente ajudar os alunos eu tinha, assim como elas diziam que eu era novinha
tinha mesmo que “me puxar” elas já haviam feito demais.
Eu criava aulas super
diferentes, novos métodos para que eles conseguissem entender os conteúdos,
criei oficinas com jogos no turno inverso,não ficava presa a períodos,
desenvolvia a aula conforme o entendimento deles e jamais deixei um aluno sem
recreio,“ de castigo”, pois assim como nós professores, eles também precisam de
um momento para socializar, e espairecer a cabeça, nesses momentos eles também
aprendem.
A NOSSA EDUCAÇÃO JÁ EVOLUIU BASTANTE, PORÉM,
HÁ AINDA MUITO QUE SER MELHORADA, MELHOR ELABORAÇÃO, PLANEJAMENTO E ACIMA DE
TUDO ADAPTAÇÃO Á VERDADEIRA REALIDADE DE CADA INSTITUIÇÃO.